MIRELE RODRIGUES E RENATO LÓCIO: UM OLHAR TURÍSTICO CULTURAL NOS PASSEIOS PELOS SERTÕES

Os poetas sentem e sabem, a psicanálise explica. Somos viajantes mesmo quando não viajamos. Viajamos sonhando, sem sair do lugar. O sonho é a viagem daquele que quer ir. Nos seus lugares mais profundos, o corpo é um navegante. Mora ali um fogo que não se apaga. Freud deu a ele o nome de “Princípio do Prazer”.

O educador Rubem Alves refletia que "queremos navegar até o lugar (ou o tempo) onde encontraremos o prazer e sentia-se tentado, à semelhança de Octávio Paz, a falar em “dupla chama”. 

As almas viajantes, a dupla chama,  Mirele Rodrigues e Renato Locio. Amigos tatuados qual a flor de Mandacaru, ambos sabem conviver numa boa com todas as opções culturais, sons, cheiros, cores, estéticas, éticas. De mãos dadas eles são mais que um encontro de ecologia e arquitetura, traduzem empatia, Principios da Alegria.

"Toda viagem inclui duas partes. Primeiro, a escolha do lugar para onde se vai. Essa escolha, quem faz é o coração. Segundo, o preparo da viagem. Esse preparo quem faz é a razão. Por isso, disse Fernando Pessoa: Navegar é preciso".

Mirele e Renato já navegaram pelo Sertão de Alagoas e Recôncavo Baiano, Exu Chapada do Araripe e Juazeiro Ceará, França. Dia desses decidiram fazer mais um passeio, dessa vez um olhar de turistas em Petrolina. Ver a cidade com os olhos de quem descobre algo novo dá às coisas/lugares um sentido diferente. 

"Encontramos beleza e gestos gentis, quase sempre raros. No momento em que fazíamos as fotos, me vi emocionada ao ouvir de um ciclista orgulhoso, que acreditou que éramos realmente turistas, que aquela rua era o cartão postal de Petrolina - A Petrolina Antiga. É lamentável que, ao que parece, uma parcela significativa dos petrolinenses não sinta ou expresse o mesmo orgulho pela história da cidade, haja vista a recente obra de "revitalização" da praça da catedral, entre uma infinidade de outras intervenções questionáveis que trazem consigo a bandeira da modernização, mas que resultam no apagamento de sua história." 

Essas são as observações e falas feitas por Mirele Rodrigues Feitosa, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural, da Universidade Federal do Vale do São Francisco e residente na cidade de Petrolina há 18 anos. 

Para Renato Carvalho Lócio de Albuquerque,  bodocoense, que após alguns anos retorna à Petrolina para cursar Arquitetura na UniFTC, "não há muito o que acrescentar no olhar lúdico e questionador de Mirele, traduzido em palavras. Mas ele acrescenta: 

"Mirele Rodrigues e eu somos turistas todos os dias de nossa cidade adotiva: Petrolina. Uma terra, um lugar, que pertencemos, pela morada, intimidade e construção de muitas memórias. Temos uma proximidade com os espaços, especialmente aqueles que formam e contam histórias. Petrolina Antiga é um deles. Arquitetura não é, infelizmente, uma linguagem popular e inclusiva. Diversas vezes, exclusiva. Não é tempo de romantizar casas coloniais e seus coronéis, mas colocar em pauta a contribuição estética e histórica desses espaços para ressignificar a própria história, trazer o povo à ocupação e gerar renda com o turismo e economia criativa. Há sementes, mas faltam árvores."

O colaborador da REDEGN leu a postagem do passeio turístico de Mirele Rodrigues e Renato Locio, o Jornalista e Técnico em Agroecologia Ney Vital, traduziu: Mirele e Locio aproveitam cada instante, valorizaram cada minuto. Bem disse Luiz Gonzaga, a vida é viajar, estudar, aprender/ensinar, pesquisar, fazer extensão por este Brasil.

E  Mário Quintana finaliza: A verdadeira arte de viajar... A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali... Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando.

Nenhum comentário

BRASIL NÃO TRATA MEIO AMBIENTE COM SERIEDADE, DIZ PROMOTOR

A Associação de Membros do Ministério Público do Meio Ambiente (Abrampa) promove, entre os dias 24 e 26 de abril, em Belém, no Pará, a 22ª edição do Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente. O tema é “Amazônia e Mudanças Climáticas: uma atuação socioambiental estratégica e integrada”. Mais de 30 especialistas vão discutir os desafios e as soluções para lidar com os impactos das mudanças climáticas.

A Agência Brasil entrevistou o presidente da Abrampa, Alexandre Gaio. Ele falou sobre os principais problemas relacionados à preservação do meio ambiente, em especial, os que envolvem a atuação dos Ministérios Públicos estaduais e federal. O promotor destacou a falta de seriedade com que o país ainda lida com questões ambientais, o crescimento do crime organizado, a falta de proteção com ativistas e comunidades tradicionais, assim como os riscos de que os desmatamentos em curso nos principais biomas do Brasil se tornem irreversíveis.

Nenhum comentário

GARANHUNS: GONZAGUEANOS RELEMBRAM A BUDEGA DE ZÉ

Fui um dos homenageados na edição 2015, onde recebi o "Troféu Viva Dominguinhos Amizade Sincera". Na oportunidade o professor e um dos coordenadores do evento Antônio Vilela, membro do Instituto Histórico Cultural de Garanhuns, Pernambuco explicou que  os indicados ao prêmio Troféu Viva Dominguinhos foram escolhidos pelos relevantes serviços prestados a cultura brasileira e conhecimento da vida e obra de Dominguinhos.

O Troféu foi entregue pelo prefeito de Garanhuns, Izaías Régis. Os contemplados foram o radialista Geraldo Freire, o jornalista Ney Vital; Wilson Seraine, professor universitário e radialista; o cantor e radialista Zezinho de Garanhuns; o colecionador Paulo Wanderley; o ex-prefeito Ivo Amaral; o proprietário da casa de eventos Arriégua, professor Luiz Ceará; o cantor e compositor Waldonys; o filho de Dominguinhos, Mauro Moraes; José Nobre, proprietário do Museu Luiz Gonzaga de Campina Grande; Marcos Lopes, proprietário do Forró da Lua Natal-RN, e a secretária de Cultura, Cirlene Leite.

Na oportunidade o sanfoneiro e amigo Jadson Alves, o Matuto do Forró me apresentou a Luiz de Barros Silva Neto – mais conhecido como Neto – jovem empreendedor movido pela busca de sempre inovar e surpreender seu público. Ele é o gerente, proprietário da Cachaçaria A Budega de Zé, localizada em Garanhuns, Pernambuco, uma referência na cidade, berço do sanfoneiro Dominguinhos. Alie-se a temática da Cachaçaria a beleza cultural e turística presente em Garanhuns.

A cachaçaria foi criada pelo saudoso Zé de Barros. Zé de Barros era torcedor do Náutico. Se vivo fosse Zé de Barros estaria festejando hoje mais um aniversário. Teria sanfona e zabumba"

Depois da morte de "Seu Zé", a sua "ida para o Grande Sertão da Eternidade", o  filho, Neto, prossegue a tradição da cachaçaria e oferece novos e exclusivos produtos no mercado, aliado ao atendimento da gastronomia, que vai da carne de sol aos mais refinados pratos. A cachaçaria serve mais de 199 rótulos de sabores de cachaça de primeira qualidade. Vai do gengibre, pimenta a rapadura. Todas deliciosas.

A Cachaçaria é líder no segmento restaurante/bar, sendo reconhecidos como as melhores opções de lazer e gastronomia brasileira em Garanhuns. O ambiente reúne culinária de excelência, diversidade de bebidas e produtos exclusivos e uma arquitetura rústica...A Cachaçaria Budega de Zé é um espaço cultural, os amigos, visitantes, clientes e turistas escutam no ambiente forró do bom, pop, e até rock. (Texto Jornalista Ney Vital)

Nenhum comentário

II FÓRUM DE POTENCIALIDADES TURÍSTICAS DE EXU DO GONZAGÃO ACONTECE NESTA QUINTA-FEIRA (18)

Acontece nesta quinta-feira (18), o II Fórum de Potencialidades Turísticas de Exu do Gonzagão. O evento terá inicio às 18hs no auditório do Colégio Barbara de Alencar.

A secretária de Cultura, Turismo e Desportos de Exu, Isa Apolinário aponta que o turismo em Exu fortalece toda a rede da economia criativa do turismo e cultura, com a inclusão de todos os setores. 

Durante a solenidade será entregue os Títulos de Mestres da Cultura Exueense, apresentação das Rotas Turísticas, Criação Trade Turístico e a entrega do Estudo Impacto Econômico e Social no Festival Viva Gonzagão, além do Inventário Turístico.

Em 2022, o Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo, divulgou o novo Mapa do Turismo brasileiro – instrumento que reúne municípios que adotam o turismo como estratégia de desenvolvimento e identifica necessidades de investimentos e ações para promoção do setor em cada região turística do país.

Na lista Exu (PE), no Sertão do Araripe, foi certificado no roteiro do atual Mapa do Turismo.

A secretária de Cultura, Turismo e Desportos de Exu, Isa Apolinário, avaliou que o processo para chegar ao Mapa de Turismo brasileiro é uma ação de muito trabalho e empenho. 

Exu é privilegiada pela sua diversidade cultural e abraçada pela exuberante beleza da Chapada do Araripe.

"Exu, terra de Luiz Gonzaga e da mulher revolucionária Barbara de Alencar é um dos mais exuberantes patrimônios da cultura brasileira. A Chapada do Araripe, o forró, baião são riquezas culturais. Venha conhecer Exu e se já conhece venhar rever estas riquezas turísticas e culturais", finalizaou Isa.

Nenhum comentário

A QUEM INTERESSA USINAS NUCLEARES NO BRASIL

Nada discretamente, poderosos grupos lobistas, nacionais e internacionais, pressionam o governo federal e a sociedade brasileira para aceitarem a necessidade de expansão de usinas nucleares no país utilizando justificativas falaciosas e mentirosas. São conhecidos personagens e empresas que sempre boicotaram as fontes renováveis de energia, e retardaram a entrada em operação das tecnologias solares e eólicas no país. Defensores das termelétricas a combustíveis fósseis e da eletricidade nuclear desprezam os interesses nacionais, em detrimento dos interesses econômicos, pessoais e empresariais.

Afirmar que a energia elétrica produzida por materiais radioativos é "energia verde"; "energia limpa"; que é mais barata que outras formas de geração; que riscos de acidentes inexistem; que os resíduos das reações nucleares (conhecidos como "lixo atômico") podem ser armazenados com segurança por milhares de anos; que o país precisa desta fonte energética para evitar apagões futuros é desconhecer a ciência.

Essas inverdades têm a intenção de buscar a aceitação popular para uma fonte de energia perigosa, suja e cara. Não esqueçamos que mentir é um ofício destes grupos, cujo único objetivo são os negócios, os interesses econômicos, pouco se lixando para a soberania nacional, para a população que acaba sofrendo com as decisões completamente equivocadas na política energética nacional.

No governo do atraso foi indicado para ministro de Minas e Energia (MME) um almirante de Esquadra da Marinha. Aquele mesmo, envolvido no cabuloso negócio do contrabando das "joias das arábias" (https://www.ihu.unisinos.br/categorias/627478-usinas-nucleares-joias-das-arabias-e-outros-trambiques-artigo-de-heitor-scalambrini-costa), que em 16 de dezembro de 2020, aprovou e anunciou o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE50), cuja determinação é a expansão do parque de geração nuclear no Brasil em 8 GW e 10 GW, nos próximos 30 anos.

Assim, o planejamento prevê fazer investimentos bilionários em um setor marcado pela polêmica e por conflitos socioambientais. Documentos oficiais apontam que o Governo Federal pretende expandir o número de usinas e abrir o setor para a iniciativa privada, sendo que atualmente a Constituição Federal veda esta possibilidade. Embora defendida como uma medida ambientalmente sustentável, a cadeia da energia nuclear no Brasil tem um histórico marcado por um rastro de contaminação, graves acidentes e mortes.

Quando nos referimos à cadeia produtiva da geração nuclear, estamos falando das várias indústrias envolvidas na produção do combustível atômico. Da mineração, do beneficiamento do minério, do enriquecimento do urânio, da fabricação do combustível e do armazenamento do lixo letal. É neste contexto que temos que discutir e afirmar, categoricamente, que esta tecnologia não interessa ao país.

O Brasil possui duas usinas em operação atualmente: Angra 1 e Angra 2, instaladas no município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, com potencial de geração de 2 mil megawatts. E a usina inacabada de Angra 3, iniciada em 1985, cujos equipamentos já foram comprados e são absolutamente obsoletos, frente à evolução tecnológica. Acabar este elefante branco significa investimentos de aproximadamente 17 bilhões de reais. 

A potência instalada e a geração de energia das duas usinas em operação são desprezíveis quanto à participação na matriz elétrica nacional. Em nada contribuem para a transição energética, nem para a segurança energética do país. São unidades que já ultrapassaram suas vidas úteis e são conhecidas como "vaga-lumes" devido às interrupções frequentes no fornecimento de energia, e dos inúmeros problemas técnicos e operacionais cuja frequência escalou desde 2023. Uma grande irresponsabilidade que ainda estejam em funcionamento.

Todavia, os lobistas de plantão - com espaço e palco concedidos para suas mentiras e enganações pela grande mídia corporativa - têm aliados poderosos no meio militar que almejam construir a bomba nuclear. São evidentes tais interesses nas declarações de seus comandantes e em acordos internacionais realizados. Dizem que ter a bomba é essencial para a segurança nacional. Pura balela. Vivenciamos hoje, segundo Papa Francisco, que o mundo está à beira de uma guerra nuclear, e a pergunta que não quer calar é "e nossa bomba tupiniquim teria qual efeito apaziguador, diante de um histriônico presidente à frente de uma nação detentora de tal artefato desprezível?

O que é escondido da população é que acidentes em usinas nucleares acontecem com muita mais frequência do que os conhecidos, e divulgados. Geralmente não chegam ao domínio público, não são revelados a população. Assim, é impositiva a pressão da sociedade sobre parlamentares, gestores das estatais e governo federal para a realização do urgente e inadiável debate público sobre a política nuclear brasileira, alvo frequente de auditoria e advertências do Tribunal de Contas da União.

Heitor Scalambrini Costa- Professor associado aposentado da Universidade Federal de Pernambuco. Graduado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/SP), Mestrado em Ciências e Tecnologias Nucleares na Universidade Federal de Pernambuco (DEN/UFPE) e Doutorado em Energética, na Universidade de Marselha/Comissariado de Energia Atômica (CEA)-França. Membro da Articulação Antinuclear Brasileira.

Zoraide Vilasboas -Jornalista, Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania e integrante da Articulação Antinuclear Brasileira.
Nenhum comentário

DIA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DO SOLO É COMEMORADO NESTA SEGUNDA-FEIRA (15)

Neste 15 de abril - Dia Nacional de Conservação do Solo - o Brasil tem pouco a celebrar, já que não avançou no compromisso assumido internacionalmente de recuperar 12 milhões de hectares de vegetação nativa. Dados da plataforma do Observatório da Restauração e do Reflorestamento apontam que o país possui hoje pouco mais de 79 mil hectares da sua cobertura vegetal original recuperada. Isso significa que menos de 1% da meta foi atingida.

Somado a isso, nos últimos anos o desmatamento e a degradação avançaram sobre os biomas brasileiros. De acordo com levantamento da MapBiomas, entre os anos de 2019 e 2022, o Brasil perdeu 9,6 milhões de hectares de vegetação nativa.

Segundo a diretora do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Fabíola Zerbini, esse cenário fez com que desde janeiro de 2023 o governo iniciasse uma revisão das metas e políticas públicas para o setor, não apenas para que o Brasil possa cumprir com os acordos firmados para conter os avanços da crise climática, mas principalmente para que as propriedades rurais privadas e o próprio Estado fiquem regulares em relação à legislação ambiental.

“O horizonte de passivo do Código Florestal - somando área privada e pública - está em torno de 25 milhões de hectares de vegetação nativa que precisa ser recuperada. A gente entende que desses 25 [milhões], aproximadamente nove podem ser compensados, ou seja, o produtor decide que vai proteger uma área que está conservada, e a gente vai recuperar algo em torno de 14 milhões, que é a meta atualizada, mas lembrando que a oficial é pelo menos 12 milhões de hectares,” disse Fabíola. (Agencia Brasil)

Nenhum comentário

PADRE CÍCERO E OS CONSELHOS PARA AGRICULTURA SUSTETÁVEL

Considerado por muitos como o santo padroeiro do povo nordestino, o Padre Cícero Romão Batista (1844 – 1934) é uma das figuras mais lendárias do Nordeste. Fundador do Juazeiro do Norte cidade no sul Ceará, Padre Cícero foi deputado federal, prefeito e vice-governador do estado, porém sua fama de santo milagroso é o que mais marca na história desse religioso muito homenageado na famosa Romaria de Finados, que reúne milhares de devotos todos os anos.

No entanto, para quem decide investigar mais profundamente a história de Padre Cícero, outras revelações surpreendem, como os preceitos e lições deixadas pelo líder religioso, relacionadas à preservação da Caatinga e o jeito de viver no sertão. São onze recomendações de ordem ambiental que certamente estão bem atuais para os tempos de discussões sobre os problemas climáticos e de devastação de ecossistemas que afetam este bioma e sua biodiversidade.

O professor Vasconcelos Sobrinhos, um dos maiores pesquisadores da Caatinga, muito contribuiu com a divulgação desses preceitos do padre Cícero ao longo dos anos. Assim como Sobrinho, Daniel Walker, professor da Universidade do Cariri, tem publicado em livros e artigos comentados, essas sábias palavras proferidas pelo “santo dos nordestinos” 

“Numa observação um tanto apurada dos ‘Preceitos do Padre Cícero”, observa-se no geral, uma lógica relacionada aos conteúdos da proposta de Convivência com o Semiárido, que sugere não somente uma prática produtiva adaptada à realidade climática, como também um manejo ecológico dos solos, das águas, das plantas e de toda a natureza desse ambiente aparentemente frágil, mas com condições de proporcionar uma vida digna para o povo da região.

Os “Preceitos do Padre Cícero” se encaixam perfeitamente nas linhas gerais do Projeto Recaatingamento, executado pelo Irpaa com patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, principalmente nas orientações sobre práticas produtivas, recuperação da Caatinga, conservação dos recursos naturais e de toda a biodiversidade deste rico bioma. São “Preceitos do Padre Cícero”:

1. Não derrube o mato nem mesmo um só pé de pau;

2. Não toque fogo no roçado nem na caatinga;

3. Não cace mais e deixe os bichos viverem;

4. Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer;

5. Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza;

6. Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva;

7. Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta;

8. Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só;

9. Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca;

10. Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gato melhorando e o povo terá sempre o que comer;

11. Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai vivar um deserto só. (Fonte IRPAA)

Nenhum comentário

Postagens mais antigas → Página inicial